InteligĂȘncia artificial, escritores e papos estranhos
Uma edição sobre o dia em que tomei um fora do Copilot, a IA da Microsoft
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Mais um papo sobre inteligĂȘncia artificial
MĂȘs passado li um post no Substack que comentava ironicamente algo como: âpra que usar inteligĂȘncia artificial para resolver problemas que ameaçam a humanidade como a contaminação dos oceanos por plĂĄstico se vocĂȘ pode usĂĄ-la para tirar o emprego de artistas?â
Recentemente, Sam Altman, CEO da OpenAI, disse que o Ășnico jeito de se levar as âinteligĂȘncias artificiaisâ ao seu potencial mĂĄximo Ă© desenvolver uma fonte de energia revolucionĂĄria, porque AIs consomem uma quantidade astronĂŽmica de energia para funcionar. Em outras palavras, nĂŁo temos energia disponĂvel para o que as big techs pretendem fazer.
Sempre fui um entusiasta de novas tecnologias, mas a minha opiniĂŁo sobre as corporaçÔes por trĂĄs de ferramentas de recombinação que sĂŁo chamadas de inteligĂȘncia artificial nĂŁo Ă© das melhores. O que começou ameaçando diretamente artistas visuais e ilustradores (jĂĄ teve caso de editora de renome anunciando livro com capa feita por AI), logo chegou aos dubladores e tem começado a morder os calcanhares de escritores tambĂ©m.
No campo da tradução estamos acostumados a esse tipo de ferramenta jĂĄ faz tempo. O Google Translate Ă© um antepassado jurĂĄssico. Empresas grandes de tradução tĂ©cnica costumam âpedirâ a seus tradutores que usem ferramentas que vĂŁo criando grandes bancos de dados. Quando hĂĄ uma correspondĂȘncia acima de x% com uma informação jĂĄ registrada no banco, esse valor nĂŁo Ă© pago para o tradutor.
Lembro tambĂ©m de um grande cliente que, muito, mas muito antes do Google Translate ter um mĂnimo de dignidade, nos enviava o texto original juntamente com uma tradução feita pelo programa de tradução dele. Um avançadĂssimo e nĂŁo disponĂvel para o pĂșblico geral. Nuances de sentido passavam batido (mas nem sempre) e era nosso trabalho ficar atento a essas coisas, alĂ©m de melhorar a fluĂȘncia aqui e ali. Mas a tradução feita pelo programa era assustadoramente boa. TĂŽ falando de quinze anos atrĂĄs, talvez mais. Nunca vi nada igual. Mesmo hoje. Fun fact: era o cliente que nos pagava melhor.
EntĂŁo, quando o Chat GPT se tornou um assunto, resolvi âtrocar uma ideia com ele com alguma frequĂȘnciaâ. Gato escaldado, sabe como Ă©.
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