gosto do teu rant estruturado, eric. é bem nessa linha da estupefação que a gente bota um norte e um propósito mais forte nas coisas. eu acrescentaria aí que, muito além do identitarismo e sem excluí-lo desse emaranhado, um suporte com muito mais potencial de unir discursos e práxis é: questões de classe.
eu acredito que o proletariado é talvez uma identidade com o poder real de atravessar muitos contextos e diferenças.
enfim, papo para horas e horas isso (ou textos e textos) ^^
Mesmo assim "classe" já mostrou aqui em SP e em outras cidades que existem novas questões a se pensar. A direita ganhou na cidade inteira, inclusive na periferia. Pq? A leitura da campanha do Boulos é que o proletariado agora se vê como "empreendedor" e se identificou mais com o discurso de coach do que com o dele de garantir direito aos trabalhadores. Mas né, mais fácil apontar o dedo pros "identitários" do que pensar as mudanças.
Gostei muito do teu texto. Onde foi parar o "ninguém solta a mão de ninguém"? Essa paranoia do fim de eleição querendo achar os culpados me cansa. Não abrirei mão de quem me acolhe, a mim e minha identidade. Como vc falou, já estamos no buraco. Como diria o Darcy Ribeiro, se é para abrir mão dos meus princípios de acolhimento e alteridade, prefiro ficar do lado dos perdedores. Um abraço e parabéns pelo manifesto.
Uma OBS: Nenhum problema com comentários que divergem da minha opinião, mas estabeleci o princípio de que eles precisam vir de pessoas com rosto e nome. Por questão de equivalência, mas também de segurança em tempos estranhos.
Minha sensação a cada eleição é que nós, os “identitários”, somos a massa de manobra dessa esquerda - nossa obrigação é votar neles (até pq, qual outra opção?) mas nossos direitos são os primeiros a serem rifados para agradar. A gente só serve quietinho para deixar o mais identitário dos identitários, o homem branco hétero, governar em nome de um “todo”.
Teve um evento nesse ano que me chamou muito a atenção: quando Arthur Lira em alguma chantagem política resolveu pautar o projeto de proibição total do aborto a partir de 12 semanas de gestação (ou o PL de obrigar meninas estupradas a terem filhos). Da esquerda institucional dos homens vieram os previsíveis "não é hora de discutir o assunto" "ah mas os evangélicos" (que é outro espantalho, até porque a pauta do aborto, pasmem, é de outra vertente religiosa), enquanto o que barrou essa excrescência foi o movimento e a organização civil das mulheres, com umas poucas deputadas encampando. O projeto foi não apenas arquivado como foi um baque para o poder do Arthur Lira.
Que os direitos das mulheres (e de toda minoria política) são os primeiros a "serem cedidos em nome da governabilidade" nós sabemos, a questão aí e como não nos desorganizarmos no debate político - e deixar bem óbvio o que os líderes e governantes homens, brancos, cis, a maioria heterossexuais, pensa dos direitos minoritários. Que são bobagens, filigranas, algo a ser deixado na estrada na primeira oportunidade.
"Ain o identitarismo" que espantalho bom. Usando esse espantalho, não precisa criticar austeridade, o espaço dado à ideologia neoliberal, desalento e tudo aquilo que realmente afasta o eleitor da esquerda.
Gostei muito do teu texto. Onde foi parar o "ninguém solta a mão de ninguém"? Essa paranoia do fim de eleição querendo achar os culpados me cansa. Não abrirei mão de quem me acolhe, a mim e minha identidade. Como vc falou, já estamos no buraco. Como diria o Darcy Ribeiro, se é para abrir mão dos meus princípios de acolhimento e alteridade, prefiro ficar do lado dos perdedores. Um abraço e parabéns pelo manifesto.
Vou deixar aqui a newsletter do Orlando pro debate seguir em frente: https://orlandocalheiros.substack.com/p/a-culpa-e-dos-identitarios
gosto do teu rant estruturado, eric. é bem nessa linha da estupefação que a gente bota um norte e um propósito mais forte nas coisas. eu acrescentaria aí que, muito além do identitarismo e sem excluí-lo desse emaranhado, um suporte com muito mais potencial de unir discursos e práxis é: questões de classe.
eu acredito que o proletariado é talvez uma identidade com o poder real de atravessar muitos contextos e diferenças.
enfim, papo para horas e horas isso (ou textos e textos) ^^
Mesmo assim "classe" já mostrou aqui em SP e em outras cidades que existem novas questões a se pensar. A direita ganhou na cidade inteira, inclusive na periferia. Pq? A leitura da campanha do Boulos é que o proletariado agora se vê como "empreendedor" e se identificou mais com o discurso de coach do que com o dele de garantir direito aos trabalhadores. Mas né, mais fácil apontar o dedo pros "identitários" do que pensar as mudanças.
Gostei muito do teu texto. Onde foi parar o "ninguém solta a mão de ninguém"? Essa paranoia do fim de eleição querendo achar os culpados me cansa. Não abrirei mão de quem me acolhe, a mim e minha identidade. Como vc falou, já estamos no buraco. Como diria o Darcy Ribeiro, se é para abrir mão dos meus princípios de acolhimento e alteridade, prefiro ficar do lado dos perdedores. Um abraço e parabéns pelo manifesto.
Excelente texto! Obrigado!
ÉÉÉ
Uma OBS: Nenhum problema com comentários que divergem da minha opinião, mas estabeleci o princípio de que eles precisam vir de pessoas com rosto e nome. Por questão de equivalência, mas também de segurança em tempos estranhos.
Minha sensação a cada eleição é que nós, os “identitários”, somos a massa de manobra dessa esquerda - nossa obrigação é votar neles (até pq, qual outra opção?) mas nossos direitos são os primeiros a serem rifados para agradar. A gente só serve quietinho para deixar o mais identitário dos identitários, o homem branco hétero, governar em nome de um “todo”.
Teve um evento nesse ano que me chamou muito a atenção: quando Arthur Lira em alguma chantagem política resolveu pautar o projeto de proibição total do aborto a partir de 12 semanas de gestação (ou o PL de obrigar meninas estupradas a terem filhos). Da esquerda institucional dos homens vieram os previsíveis "não é hora de discutir o assunto" "ah mas os evangélicos" (que é outro espantalho, até porque a pauta do aborto, pasmem, é de outra vertente religiosa), enquanto o que barrou essa excrescência foi o movimento e a organização civil das mulheres, com umas poucas deputadas encampando. O projeto foi não apenas arquivado como foi um baque para o poder do Arthur Lira.
Que os direitos das mulheres (e de toda minoria política) são os primeiros a "serem cedidos em nome da governabilidade" nós sabemos, a questão aí e como não nos desorganizarmos no debate político - e deixar bem óbvio o que os líderes e governantes homens, brancos, cis, a maioria heterossexuais, pensa dos direitos minoritários. Que são bobagens, filigranas, algo a ser deixado na estrada na primeira oportunidade.
"Ain o identitarismo" que espantalho bom. Usando esse espantalho, não precisa criticar austeridade, o espaço dado à ideologia neoliberal, desalento e tudo aquilo que realmente afasta o eleitor da esquerda.
Voto com o relator.
Gostei muito do teu texto. Onde foi parar o "ninguém solta a mão de ninguém"? Essa paranoia do fim de eleição querendo achar os culpados me cansa. Não abrirei mão de quem me acolhe, a mim e minha identidade. Como vc falou, já estamos no buraco. Como diria o Darcy Ribeiro, se é para abrir mão dos meus princípios de acolhimento e alteridade, prefiro ficar do lado dos perdedores. Um abraço e parabéns pelo manifesto.